O vindouro filme “Predator: Badlands” está gerando grande expectativa, não apenas pela continuação da famosa franquia de ficção científica, mas também pela surpreendente escalação de Elle Fanning para o elenco principal. O filme, dirigido por Dan Trachtenberg, conhecido por seu trabalho em “O Predador: A Caçada” (Prey), chega aos cinemas na próxima sexta-feira, 7 de novembro, e as primeiras reações indicam uma mudança drástica de tom que pode dividir os fãs.
A Escolha de Elle Fanning e a Mudança para Blockbusters
A presença de Elle Fanning, uma atriz aclamada por seus papéis em produções artísticas e independentes, em um grande blockbuster de ação como “Predator” chamou a atenção. Esse movimento é visto por muitos como uma tendência crescente em Hollywood, onde artistas de renome participam de grandes produções comerciais para financiar projetos menores e mais pessoais. Exemplos anteriores incluem Michelle Williams na franquia “Venom” e diversos atores de prestígio no universo Marvel. A lógica é clara: garantir um grande pagamento (o “payday”) para manter a liberdade artística em outros trabalhos.
A Visão do Diretor: Testando o Predador
Dan Trachtenberg, que também dirigiu a animação “Predator: Killer of Killers”, explicou em um featurette recente sua intenção com “Badlands”. “Depois de ‘Prey’, eu queria fazer algo novo com a franquia”, disse Trachtenberg. A ideia era pegar o “monstro clássico do cinema e forçá-lo através de um desafio intenso para realmente testá-lo” e ver do que ele é feito. O diretor está animado para que o público tenha “uma verdadeira aventura de tela gigante, onde eles torcerão por um personagem pelo qual nunca puderam torcer antes”.
Uma Aventura Cósmica de Amigos Improváveis
Diferente dos filmes anteriores focados no horror e sobrevivência humana, “Badlands” muda o foco para o próprio Predador. A trama segue Dek, interpretado por Dimitrius Schuster-Koloamatangi, um jovem Predador que foi exilado de seu clã. Em um planeta remoto e traiçoeiro, ele encontra uma aliada improvável em Thia (Elle Fanning). Juntos, eles precisam sobreviver não apenas a criaturas insanas, mas ao próprio planeta. Schuster-Koloamatangi destacou a paixão de Trachtenberg pelo projeto, afirmando que o diretor “é um fã massivo de ‘Predador'” e apaixonado pelo universo da saga.
Reações Iniciais Elogiam a Ação e a Ousadia
As primeiras exibições para a crítica geraram opiniões fortes, destacando as “grandes apostas” (big swings) feitas por Trachtenberg. Eammon Parks Jacobs, do Dexerto, descreveu o filme como um “filme de estrada cósmico de amigos” (cosmic buddy road movie) e “pura ação sem enrolação”, elogiando a escala grandiosa. O podcast Brothers Geek Out classificou-o como “uma jornada de ação infernal” e “uma jornada brutal e emocional”, destacando “alguns dos melhores combates corpo a corpo” vistos recentemente e recomendando a experiência na tela grande.
A Controvérsia da Classificação PG-13 e o Risco de Divisão
A mudança mais controversa é a classificação indicativa do filme: PG-13 (para maiores de 13 anos), a primeira na história da franquia, conhecida por sua violência gráfica. Naomi Roper, do The Geek Goddesses, questionou o público-alvo, chamando-o de “um filme do Predador para crianças” e sugerindo que foi “Disneyficado” com o objetivo de vender mercadorias, embora tenha achado “fofo” e elogiado Fanning. Josh Barton, por sua vez, considerou “Badlands” o “mais fraco” da série, mas ainda assim uma “experiência ‘badass'” e o mais repleto de ação, com momentos brutais e outros surpreendentemente cômicos, comparando a sensação por vezes a “The Mandalorian”.
Um Espetáculo de Ficção Científica que Abandona o Horror
Críticos como Neil Vagg e Phil Roberts concordam que Trachtenberg tirou a franquia do horror para apresentá-la como uma “aventura de ficção científica pura”. Vagg o chamou de “espetáculo de grande orçamento feito para agradar o público”. Ambos alertam que os “fãs mais fervorosos” (die-hards) e fãs legados podem “ficar desapontados” com a abordagem ousada, que se aprofunda na mitologia Yautja, mas se distancia da fórmula tradicional. Paul Klein, do Film Hounds, resumiu o consenso: “Predator: Badlands” certamente dividirá os fãs, mas é “revigorante” ver uma franquia tentar algo novo, elogiando também a trilha sonora e o design das criaturas.